Nestas memórias, Francisco Pinto Balsemão guia-nos pelas suas origens beirãs, pela extensa família, pelo bairro da Lapa, a Quinta da Marinha, a Duque de Palmela...
Onze meses como Ministro-adjunto de Sá Carneiro (1980)
Quase logo a seguir às legislativas, em dezembro de 1979, houve eleiçõesautárquicas e o balanço final foi de 144 presidências de Câmara para o PSD, 50 para o CDS. Regressado a Lisboa, Francisco Pinto Balsemão falou longamente com Francisco Sá Carneiro e, dessa conversa, resultou um convite para integrar o Governo como Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro. Neste episódio, o fundador do Expresso lembra as tarefas que desempenhou nesse cargo e as pessoas com quem se foi cruzando na política, sem esquecer momentos como 'a noite das facas longas', a estreia parlamentar de Cavaco Silva e viagens a África e ao Brasil. Oiça esta e outras histórias passadas em 1980 no segundo episódio da terceira temporada de 'Memórias'. Na próxima semana vamos ouvir falar da morte de Sá Carneiro e a sua sucessão (1980-1981).See omnystudio.com/listener for privacy information.
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1:24:03
Do arranque do PSD à Aliança Democrática (1974-1979)
Na terceira temporada deste podcast, vamos descobrir a fundação do PSD, os Governos da Aliança Democrática e a Consolidação da Democracia em Portugal. Neste primeiro episódio, Francisco Pinto Balsemão lembra o arranque do PSD: "Há que recordar que a fundação do PSD foi uma proeza só possível numa fase revolucionária como a que Portugal vivia a seguir ao 25 de Abril. Logo a 27 de abril, bem à maneira dele, Sá Carneiro, em entrevista à RTP, anuncia a próxima criação de um partido. Eu telefono-lhe: “É mesmo para andar?”Ele: “Claro!” Eu: “Vamos a isso!”". Escolher o nome do partido não foi fácil: "Liguei, do meu gabinete do Expresso, onde estavam também Ruben Andresen Leitão e Marcelo Rebelo de Sousa, para Francisco Sá Carneiro, que estava no Porto, começámos a inventar e propor outras designações. A dada altura, Ruben atira com “Partido Popular Democrático – PPD!” Gostei e transmiti para Sá Carneiro. “Também gosto!”, respondeu ele, com a sua habitual rapidez. E ficou PPD até, a 3 de outubro de 1976, no Congresso de Leiria, conseguirmos mudar para o que sempre desejáramos: PSD – Partido Social Democrata", lembra. Oiça esta e outras histórias passadas entre 1974 e 1979 no primeiro episódio da terceira temporada de 'Memórias'. Na próxima semana vamos ouvir falar dos Onze Meses de Balsemão como Ministro-Adjunto de Sá Carneiro (1980).See omnystudio.com/listener for privacy information.
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1:43:37
O Expresso durante a Revolução e os primeiros anos da Democracia (1974-1979)
A chegada do 25 de Abril trouxe para o jornal Expresso a libertação de um garrote que se ia apertando. "Foi um dia vibrante, mas bastante confuso", lembra Francisco Pinto Balsemão. "O 25 de Abril foi um golpe de Estado indiscutivelmente bem preparado, bem executado e que, coisa rara para Portugal, conseguiu, até à última hora e no próprio dia, manter um elevado grau de secretismo." Mas passada a euforia das primeiras semanas, tornou-se visível que havia fações entre os militares e os conceitos de democracia dos principais partidos não coincidam uns com os outros. O poder do PCP, cujo modelo para Portugal era o da União Soviética, afirmou-se com rapidez, nomeadamente através do controlo dos meios de comunicação social, com prioridade para a RTP e a Emissora Nacional, mas também com presença crescente nos principais diários. Ficaram na memória de todos os saneamentos selvagens operados pela Direção do Diário de Notícias e a Rádio Renascença foi palco de uma prolongada luta entre marxistas-leninistas e comunistas. O verdadeiro PREC, das nacionalizações, das ocupações e dos saneamentos, começa a partir do 11 de Março. A atmosfera fica tensa, mas o Expresso continua a ser o meio de comunicação social de referência, a lutar pela liberdade e pela democracia, de forma serena e indo ao fundo das questões, sem títulos sensacionalistas. Entre vários episódios e peripécias, Francisco Balsemão recorda a bomba que destruiu uma parte do seu carro e a noite que chegou a passar no seu gabinete do Expresso, com uma pistola em cima da secretária, "à espera do assalto anunciado por um grupo de extrema-esquerda, assalto que nunca aconteceu". Oiça aqui o último episódio da segunda temporada de 'Memórias'. Na próxima semana vamos abrir o capítulo que vai de 1974 a 1983, sobre o PSD, os Governos da Aliança Democrática e a consolidação da Democracia em Portugal. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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2:00:03
As origens do Expresso
Na origem da conceção e do arranque do Expresso estava a vontade de Francisco Pinto Balsemão provar a si próprio, à família e ao mundo que era capaz de lançar e fazer triunfar um projeto inovador na área da Imprensa. Na altura tinha 34 anos e queria sair de vez das asas protetoras da família, visto que, até aí, só trabalhara no Diário Popular, que era da família. Balsemão acreditava nas virtualidades de um semanário diferente, inspirado no jornalismo anglo-saxónico, que chegasse aos portugueses do Continente e das Ilhas e aos portugueses residentes nas Colónias ou para aí mobilizados, em consequência da guerra. "E que, mais do que isso, viesse a ser considerado, como foi desde o início e é, uma voz respeitada e citada em Portugal e no estrangeiro." Uma paixão pelo jornalismo, gerada e desenvolvida no Diário Popular, que se mantém, sem quebrar, até aos dias de hoje.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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2:31:09
As Presidenciais de 1972. Degradação da relação com Marcello Caetano; Balanço da Ala Liberal
Neste episódio, Francisco Pinto Balsemão recua até 1972 para lembrar a atividade da Ala Liberal nas eleições presidenciais desse ano. Fala ainda da deterioração das relações com Marcello Caetano, os cortes da censura, a politiquice na Assembleia Nacional e a apresentação do projeto de lei de imprensa. "É indiscutível a importância da Ala Liberal no processo de democratização de Portugal, importância que tem sido, muitas vezes, esquecida ou minimizada", afirma. No próximo episódio vamos até às origens do Expresso e os critérios de recrutamento para a primeira redação do jornal, num período áureo de vendas de jornais.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Nestas memórias, Francisco Pinto Balsemão guia-nos pelas suas origens beirãs, pela extensa família, pelo bairro da Lapa, a Quinta da Marinha, a Duque de Palmela e o mundo das suas viagens; mas leva-nos também ao universo da sua infância, ao Liceu Pedro Nunes, à Faculdade de Direito, à Força Aérea e à sua incursão pelo ensino universitário. Não fica, no entanto, por aqui: abre-nos as portas das empresas familiares, do Diário Popular, do Expresso, da SIC, e não só; apresenta-nos os meandros da política – no seu melhor e no seu pior –, desde a aventura da Ala Liberal e o PSD, até hoje não esquecendo alianças e traições.
Muitas histórias, onde perpassam aventuras e devaneios, mas nas quais sobressaem os amigos e, primordialmente, a mulher, os filhos e os netos. Aqui se escalpeliza toda uma vida, um percurso ímpar que contribuiu decisivamente para formar o Portugal de hoje.
'Memórias' é uma janela aberta para a vida de Francisco Pinto Balsemão e uma visita guiada pelo seu caminho e pela sua obra.Com o objetivo de partilhar mais ampla e gratuitamente a sua vida e obra com o grande público, todo o livro é reproduzido em quatro temporadas de podcast, num total de 24 episódios.
'Memórias de Francisco Pinto Balsemão' é um podcast do Expresso, editado pela agência de inovação Instinct a partir da voz de Francisco Pinto Balsemão, com sonoplastia de João Luís Amorim, coordenação de Mónica Balsemão e Joana Beleza, direção de João Vieira Pereira.
Baseado na obra homónima publicada pela Porto Editora, contou ainda com a participação especial de Clara de Sousa na leitura de capítulos e subtítulos.