André Luís: “Quando falamos de economias criativas, a maioria da sociedade vê como algo pequeno, sem impacto. Estamos a tentar mostrar que somos muito importantes”
Cresceu em Setúbal no início dos anos 80. Em pequeno gostava de desenhar e esculpir, para desgosto do pai queria ser artista. Estudou Design Industrial porque queria ser animador da Disney, mas o caminho foi outro. Aos 23 anos abriu a primeira empresa, que acabou por falir. Mais tarde a paixão pelo Vitória de Setúbal levou-o ao clube e à direção de Marketing, onde teve reuniões com figuras como Pinto da Costa e Valentim Loureiro. Hoje é CEO do THU, organizador do maior evento mundial de indústrias criativas. André Luís é o convidado do Geração 80 conduzido por Francisco Pedro Balsemão.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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54:06
Marlene Vieira: “Os espanhóis estão mais tempo à mesa do que nós, mas a falar sobre comida não há como os portugueses”
Nasceu em junho de 1980, numa pequena aldeia na Maia. Em pequena a cozinha não lhe dizia nada e a comida muito menos. Tinha “mau garfo” e para ela a cozinhar era ver a avó fazer comida para 20 pessoas. Aos 12 anos apaixonou-se pela cozinha, profissional durante as voltas que dava com o pai a vender a carne pelos restaurantes da região. Foi em Nova Iorque, anos mais tarde, que conheceu e aprendeu a valorizar a cozinha portuguesa. Os pais acharam que era só uma fase, mas Marlene estava convicta de que queria ser cozinheira profissional. Travou batalhas - mesmo com a família -, quebrou estigmas e serviu de exemplo para mostrar que as mulheres também podem “criar coisas novas” na cozinha. No passado mês de fevereiro veio quebrar o jejum de mais de 30 anos e tornou-se a segunda chef mulher portuguesa a receber uma estrela Michelin. Marlene Vieira é a convidada do novo episódio do Geração 80 conduzido por Francisco Pedro Balsemão. Ouça o episódio aquiSee omnystudio.com/listener for privacy information.
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57:17
Rui Maria Pêgo: “Pensar é um trabalho e também não é muito bem vista num país como Portugal, há a ideia de que quem só vive para pensar é coisa de rico”
Nasceu em janeiro de 1989, em Lisboa. Era o “nerd” da família, fascinado por dinossauros e fã de Harry Potter, que aos 13 anos tinha uma escola de magia online. Em casa, os pais sempre fomentaram o pensamento crítico, na escola foi sempre um bom aluno - “até ao sexto ano”- mas a adolescência foi "difícil", confessa. Estudou nos Salesianos de Lisboa, uma escola conservadora e católica, onde nao era fácil "distinguir o certo do errado" e assumir que era gay. “Crescer LGBT é ser educado para a vergonha, num contexto como o português”, recorda. Licenciou-se em História, mas a paixão pela comunicação e pelo teatro falou mais alto e fez um mestrado aos 32 anos. É filho de Júlia Pinheiro e Rui Pêgo e nesta conversa confessa que a visibilidade dos pais ajudou-o em muito, mas também o tornou um alvo. Rui Maria Pêgo é o convidado do novo episódio do Geração 80.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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51:49
Margarida Balseiro Lopes: “As críticas às novas gerações são o resultado de alguma condescendência. Não estão disponíveis para trabalhar até a meia-noite, todos os dias, e por isso estão mal?”
Nasceu em setembro de 1989, na Marinha Grande. A mãe era educadora de infância, o pai jornalista e diretor do jornal regional. Era na redação onde o pai trabalhava que passava as tardes a fazer “patifarias”. Quis ser bailarina e jornalista, mas quando se cruzou com a política e com o direito percebeu que era o caminho a seguir. Depois de um debate aceso numa aula de francês, disse ao pai que queria entrar para o PSD. As “férias grandes” eram passadas São Pedro de Moel. Foi lá que teve o primeiro emprego de Verão e saiu as primeiras vezes à noite. É a mais nova de quatro irmãos - “todos eles diferentes”, admite. O irmão Ricardo é dirigente do PS, mas “sempre respeitaram as diferenças”, conclui. Para esta gravação trouxe o primeiro presente que recebeu no dia em que nasceu, a boneca oferecida pelo irmão João que custou "50 escudos". Margarida Balseiro Lopes é a convidada do novo episódio do Geração 80. É a então ministra da Juventude e Modernização e mais jovem de sempre de um governo. Esta conversa foi gravada antes do chumbo da moção de confiança apresentada pelo Governo de Luís Montenegro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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42:39
Salvador Martinha: “Em criança o teu trabalho é a escola, se és mau isso mexe com a tua autoestima. Felizmente jogar bem à bola trouxe-me alguma popularidade, mas o que fazia mais por ela era o meu sentido de humor”
Nasceu em Abril de 1983, em Lisboa. Em criança era uma “matraca”, em adolescente mais tímido. Sempre gostou do palco e não esquece a festa de aniversário do tio onde agarrou no microfone, subiu ao palco e contou umas piadas. A mãe sempre soube que o filho ia ser humorista, já o pai... foi mais cauteloso e “preocupado”. Hoje, aos 81 anos, até dá razão ao filho. Cresceu entre Lisboa, Oeiras e Rio Maior e morou em 17 casas. Estudou em várias escolas e viveu várias realidades. Começou a licenciatura em marketing e publicidade, mas nunca terminou o curso. A "verdadeira formação” foi em escrita criativa, guião e stand-up. Salvador Martinha, humorista e um pioneiro dos podcasts em Portugal, é o convidado do novo episódio do Geração 80.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Livres e sonhadores, os anos 80 em Portugal foram marcados pela consolidação da democracia e uma abertura ao mundo impulsionada pela adesão à CEE. Foram anos de grande criatividade, cujo impacto ainda hoje perdura. Apesar dos bigodes, dos chumaços e das permanentes, os anos 80 deram ao mundo a melhor colheita de sempre? Neste podcast, damos voz a uma série de portugueses nascidos nessa década brilhante, num regresso ao futuro guiado por Francisco Pedro Balsemão, nascido em 1980