A vida é mais bonita do que os problemas, com Alexandre Couto
Começou a nadar por recomendação médica, ainda em criança, após ser diagnosticado com um síndrome raro que lhe dava uma esperança de vida de 20 anos. Aos 23 anos e cheio de energia, Alexandre Couto estuda engenharia aeroespacial no Técnico e já foi seis vezes campeão nacional de natação adaptada. “Acho que vem muito dos meus pais, porque ensinaram-me que eu sou completamente normal e acho que é essa a mensagem: é quererem viver o máximo que puderem. A vida é mais bonita do que os problemas todos que possamos ter”, diz o nadador tirsense no podcast Sentido da Vida. “Acho que é muto mais giro aproveitarmos a vida no limite do que estar a viver por viver, a passar os dias por passar”.
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37:03
Dores de crescimento, com Rita Redshoes
Rita Redshoes é cantora e compositora, mas é também escritora, com cinco livros publicados.“Crescer À Sombra” é o primeiro romance da autora, uma homenagem à infância e às dores de crescimento, que se podem transformar durante a vida: “Há muitos artistas tímidos e eu desconfio que seja assim uma espécie de vingança, do género: eu era assim o patinho feio da escola, não conseguia socializar, estava sempre ao canto na escola e um dia vou dar a volta a isto!”, recorda Rita sobre a sua própria vida.Quando era pequena, muitas vezes chegava a casa e tinha ídolos da bola a jantar com o pai, antigo jogador de Sporting, Belenenses ou Estoril, com muitos anos como treinador em Alvalade e também no Alverca. Fez o curso profissional de música, mas tem também uma licenciatura em psicologia e revelou que vai fazer, finalmente, o estágio final para poder dar consultas também.“Eu não dou por garantido: ‘ok, agora tenho uma carreira’. É um país muito pequeno e por isso, do ponto de vista do artista que vive só da sua arte, nenhuma carreira está sempre em alta”, explica a convidada desta semana no Sentido da Vida.
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49:42
Resistir à guerra, com Iryna Shev
Emigrou ao contrário, porque o país em que nasceu está em guerra. Iryna Shev nasceu em Kiev, veio viver para Portugal com dez anos e mudou-se de volta para a Ucrânia quando sentiu que era injusto assistir de longe à invasão. Como correspondente da SIC, tem testemunhado muitas atrocidades nestes três anos de guerra. “Eu nos períodos de maior trabalho, para conseguir ter alguma sanidade mental e conseguir ter algumas horas de sono, desligo o meu alarme das sirenes. Ou seja, eu às vezes nem dou conta que bombardearam aqui ao pé porque estou a dormir ferrada, porque estou tão cansada de estar a trabalhar e disto tudo que eu desligo completamente. E depois ralho mentalmente comigo: ‘tu não podes desligar esta porcaria, isto é literalmente aquilo que te pode salvar a vida””, conta Iryna no podcast Sentido da Vida. A jornalista e autora do podcast “Manual de Sobrevivência” traça um mapa das relações historicamente conturbadas entre Ucrânia e Rússia, explica como o sentido de humor ajuda a lidar com uma guerra, e também como se sente, literalmente, numa roleta russa: “Antigamente os meus amigos diziam-me ‘mantém-te segura’ e eu no início respondia 'sim, obrigada, eu mantenho-me'. Mas depois passei a responder ‘olha, deseja-me sorte, isto é tudo uma questão de sorte’”. Numa altura em que a UE recomenda que cada família europeia tenha um kit de emergência com alimentos, medicamentos, água e rádio a pilhas, Iryna Shev conta-nos como a Ucrânia tem resistido e revitalizado a identidade do seu país - e também todo o sofrimento e resiliência que isso implica.
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1:03:30
A arte de recuperar tradições, com as marionetas de Rui Sousa
"Quando me dizem ‘estou a chorar de felicidade’, isso é uma coisa incrível... Tu recebes pelo espetáculo, mas aquele tipo de resposta bate qualquer cachê”. Rui Sousa é marionetista profissional desde 2000 e recuperador das tradicionais artes das marionetas de fios e Teatro Dom Roberto, elevado a Património Imaterial Cultural Nacional desde 2021. Já passou por teatros, agrupamentos escolares, festivais em Portugal mas também em Espanha, Bélgica, Tunísia, Brasil ou Macau, tem muitos prémios no currículo, e tem acima de tudo a certeza de que “a arte é um bom elixir para a vida”. Chegar ao outro através da arte, esta semana no Sentido da Vida.
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1:02:07
Pequenas Gentilezas, com Cláudia Monteiro
Esta semana celebra-se o Dia Mundial da Poesia e esse é só um dos pretextos para conversar com a Cláudia Monteiro. Consultora de comunicação, produtora de festivais, poeta e, sobretudo, pessoa que conecta pessoas, quer através de projetos como Poesia no Mercado, onde escreve poemas a pedido numa banquinha em espaços públicos, quer através do Street Wisdom, uma caminhada criativa gratuita que ajuda quem quiser a encontrar o seu caminho através das reviravoltas da vida. A importância de superar medos, as viagens de aventura a locais remotos (como a última que fez à Patagónia, com quatro dias em autonomia completa, a dormir à beira de glaciares), e um dos seus poemas preferidos, da autoria de Danusha Laméris, intitulado “Pequenas Gentilezas”. É este o sentido da vida.
Vamos partir do pressuposto de que não descobriremos o sentido da vida com este podcast, nem que surgirá uma epifania sobre o futuro da humanidade. Quanto muito, podemos tentar perceber o que é isto de Ser - algo que ressoe do outro lado do microfone. O que dizem os escritos antigos sobre o sentido da vida? E, já agora, o que diz o cidadão comum? Perguntamos a pensadores, mas também a anónimos na paragem do autocarro, o que é para eles o sentido da vida, o que raio andamos cá a fazer e como podemos levar uma vida que sim senhor. Este é um podcast sobre busca e, esperemos, algum encontro. Com Ana Delgado Martins.Um podcast Rádio Comercial.