Petróleo colonial de Angola: interesses americanos e ditadura portuguesa
Neste episódio de Na Terra dos Cacos, António Rodrigues e Elísio Macamo falam de Angola por duas vezes, no princípio para discutir o fracasso da diplomacia angolana nas negociações de paz para o Leste da República Democrática, depois de Luanda ter anunciado na segunda-feira que deixava de ser mediador para o conflito, e na entrevista com o investigador Franco Tomassoni, a propósito do seu livro O Petróleo de Angola – Uma História Colonial (1881-1974), feito com base na sua tese de doutoramento sobre, como o próprio diz na primeira fase, “um território inexplorado nos estudos sobre o império português tardio". Mandatado pela União Africana em 2022 para mediador do conflito, o Presidente João Lourenço sentiu-se desrespeitado pelas partes e esta semana anunciou em comunicado que abdicava desse papel. A gota de água foi a cimeira entre os presidentes congolês, Félix Tshisekedi, e ruandês, Paul Kagame, na semana passada em Doha, no Qatar, no dia em que a mediação angolana tinha marcado um encontro em Luanda entre o Governo congolês e os rebeldes do M23 que acabou por não se realizar. A entrevista com Tomassoni, na segunda parte, volta a trazer-nos a questão da exploração do petróleo em Cabinda e faz a ponte com o nosso entrevistado do episódio anterior, o investigador José Marcos Mavungo, que ultima a sua tese de doutoramento sobre o petróleo no enclave angolano de onde é originário. Grande protagonista no livro do investigador italiano é a multinacional norte-americana Gulf Oil Company, a mesma para a qual Mavungo trabalhou toda a sua vida, antes de ser um preso político e de se exilar em Portugal com a família. O outro tema em discussão neste episódio do podcast do PÚBLICO sobre temas africanos vem a propósito de duas notícias recentes, ou antes, a propósito de uma notícia, a de que duas escolas secundárias de Moçambique vão passar a incluir nos currículos o ensino do mandarim, e de um estudo de Paul Nantulya, para o Africa Center of Strategic Studies, sobre a presença crescente da China nos portos do continente africano: empresas públicas chinesas construíram, financiaram e/ou operam 78 portos em 32 países africanos, o que equivale a um terço de todos os portos existentes em África.See omnystudio.com/listener for privacy information.