Por Portas e Janelas

AGRITECTURA. Saber-fazer da terra em arquitetura No penúltimo episódio, realizado com a Trienal de Arquitectura de Lisboa a partir do ciclo das Conversas et Al, damos a conhecer Tânia Teixeira, arquiteta do CRU, um atelier sediado em Montemor-o-Novo e integrado na Cooperativa Integral Minga. Apaixonada pelo ofício artesão, Tânia tem desenvolvido uma profunda investigação aliada a uma consistente experiência em construção com recurso a materiais e técnicas vernaculares. O convidado da sessão é Miguel Mendes, que centra a sua atividade em arquitetura ecológica. A terra foi utilizada enquanto material construtivo desde a fundação dos primeiros aglomerados humanos. Esta tertúlia é uma partilha da experiência em construção responsável que se propõe a contribuir para a difusão do conhecimento de práticas baseadas em saberes ancestrais que continuam a ser aplicadas. Os artefactos da sessão incluem um cubo de terra vertida e um manual para taipa, uma técnica de construção de muros monolíticos em terra ligeiramente humedecida, introduzida numa cofragem (taipal), compactada manualmente com um pilão ou por meios mecânicos. Estes objetos lançam a reflexão sobre a interrupção da transmissão do saber-fazer intergeracional devido à falta e desqualificação da mão-de-obra. Por outro lado, a investigação de novas formas de aplicação de materiais tradicionais como uma resposta à crise social e climática.Tânia tem trabalhado na revalorização destas técnicas através da rede Basehabitat, além de ter fundado a BIØN (Building Impact Zero Network), com iniciativas formativas para uma população jovem e adulta. A conversa estende-se ao público e discutem-se os diferentes tipos de certificação deste sistema construtivo. Para além dos certificados energéticos que permitem saber quão eficientes são os nossos edifícios dependendo da sua classificação (A, B, C, D, E, F e G), existem atualmente certificados mais completos. O objetivo é avaliar o desempenho energético destas construções e o nível de sustentabilidade nas dimensões ambiental, social e económica. Miguel Mendes, enquanto colaborador do CRATerre (uma instituição dedicada ao estudo da terra enquanto material de construção e edificação), traz-nos as suas experiências pelo mundo fora e de que forma os diferentes territórios se adaptam aos materiais convencionais ou técnicas mais informais.No próximo episódio, trazemos o último episódio deste programa, com a Casa de Arquitectura com o tema HABITAÇÃO. O pragmatismo habitual da habitação com o Eduardo Souto de Moura e Nuno Sampaio, com moderação de Carlos Machado e Moura.

OUTRA VEZ HABITAÇÃO. Agora num contexto internacional.Chegados ao último episódio desta série de conversas com a instituição MAC/CCB Centro de Arquitetura – Garagem Sul, voltamo-nos agora para os exemplos internacionais na procura de algumas respostas. De que forma estes novos modelos de atuação resultaram nas suas geografias e o que podemos implementar no nosso território? Que modelos no contexto internacional se mostram relevantes? Os problemas são comuns? Conversas que levantam questões centrais e pertinentes para a reflexão da crise da habitação e quem sabe para ação. Assim conversámos com Joana Pestana Lages, João Ferrão, Paulo Martins Barata, Susana Rato e Tiago Antero.Na palavra dos convidados oriundos das mais variadas áreas disciplinares, procurámos ao longo desta série conhecer o que nos trouxe aqui, quais os problemas e as causas, de forma a compreender melhor o problema da crise de acesso e, precisamente, trazer esta necessidade de dialogar e perspetivar desígnios para o futuro.No próximo episódio, trazemos o último episódio com a Trienal de Arquitectura de Lisboa com as Conversas et Al., com a temática de Agritectura, com o Cru Atelier e Miguel Mendes.

NOVAS PRÁTICAS DA ARQUITETURA O nono episódio do programa, realizado com a Casa da Arquitetura, debruça-se sobre as novas práticas da arquitetura e as mais recentes abordagens de uma geração com olhos no futuro.Convidamos Ana Neiva e Filipe Paixão do Corpo Atelier, sob a moderação de Carlos Machado e Moura para uma conversa sobre as novas formas de fazer arquitetura, ou se quisermos, as novas práticas da arquitetura. A conversa vai desde questões mais orientadas para o diagnóstico da condição atual da arquitetura e dos temas emergentes, até um campo mais especulativo, onde se perspetivam os possíveis futuros da disciplina. Ana Neiva oferece-nos uma reflexão fundada nos seus campos de atuação como investigadora, curadora e docente, enquanto o Filipe Paixão nos leva para os desafios da prática, atento a uma geração emergente que encontrou nas experiências internacionais muito do seu rasgo e abertura para as novas formas de fazer.Este episodio tem o patrocínio da CIN. “A CIN acredita no poder transformador da arquitetura”.No próximo episódio, regressamos ao tema da habitação com o MAC/CCB, mas agora no contexto internacional.

IMAGEM E PROCESSO EM ARQUITETURANeste episodio com Conversas et Al., contamos com a presença da Vânia e do Filipe dos FMVS Arquitetos, que nos trazem como artefactos duas fotografias e um interruptor. São estes objetos que se tornam o fio condutor da conversa de hoje. Estes convidaram Frederico Martinho, fotografo, que tem acompanhado esta investigação dos FMVS Arquitetos, para trazer a sua visão perante a fotografia a este diálogo.A imagem resume, de certa forma, o dilema do enunciado: representa (ou é produzida a partir de) a cultura material, constrói a cultura imaterial. Regista, autonomiza-se, torna-se objeto de desejo por si só. É assim abordado uma temática sobre a cultura material versus a cultura imaterial da prática.