No podcast Diário de um Investigador vamos falar de forma descomplicada sobre o percurso e o trabalho dos investigadores do DINÂMIA’CET – Iscte. Queremos perceb...
Ricardo Paes Mamede e o papel das políticas públicas
Nesta conversa descobrimos que o interesse do Ricardo pela economia vem da infância, vivida num período em que as memórias do 25 de Abril estavam ainda muito presentes. Em casa dos avós maternos os natais nunca corriam bem porque havia sempre discussões entre quem era de esquerda e quem era de direita. E as questões económicas estavam sempre muito presentes, porque Portugal estava a passar pela crise económica do início dos anos 1980. Por isso o Ricardo, ainda criança, queria perceber quem tinha razão, compreender os argumentos de ambos os lados, perceber de onde vêm as crises e porque há pessoas e países mais ricos do que outros. O seu percurso, profissional e académico tem contribuído para responder a estas questões. E no que ao trabalho de avaliação de políticas públicas diz respeito, este é um momento e um exercício importante, que ajuda os responsáveis, técnicos e políticos, a pensar na razão de ser das suas políticas e a melhorar o desenho e implementação das mesmas.
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41:23
O poder da ética e da negociação: Eduardo Simões e a saúde e bem-estar nas organizações
Nesta conversa descobrimos que o interesse do Eduardo pela psicologia muito se deve à influência de um professor de filosofia durante o ensino secundário e ao contacto com pessoas que, ainda no contexto do Estado Novo, se tinham inscrito no ISPA, o Instituto Superior de Psicologia Aplicada. O Eduardo fez o mesmo em 1973, sem saber se o Instituto teria condições para se manter aberto. Por essa razão inscreveu-se também na licenciatura em biologia. Nos primeiros anos frequentou os dois cursos em simultâneo, mas no final do 3º ano optou pela sua paixão inicial: a psicologia, a área onde desde então desenvolve o seu percurso académico. Este é bastante eclético: começa na psicologia clínica, passa pela psicologia cognitiva e chega à psicologia social e das organizações, a área em que se encontra a temática que hoje mais o inquieta: a ética nas organizações. Ao longo desta conversa ficámos a saber que numa organização, a existência de uma infraestrutura ética forte e de uma gestão de recursos humanos socialmente responsável favorece o bem-estar dos trabalhadores. E nesta área, o Eduardo relembrou-nos que um dos principais desafios será certamente compreender os impactos da inteligência artificial.
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38:19
Desenhar a cidade com lápis de cor: Ana Brandão e o planeamento dos Espaços Públicos
Nesta conversa ficámos a saber que a Ana sempre pensou seguir ciências, mas no último verão antes de começar o ensino secundário, decidiu escolher artes. E muito por causa de uma caixa de lápis coloridos à qual achava muita piada. O combinado com a mãe foi ir para uma turma com matemática e física, o que lhe permitiu o contacto com as ciências ditas exatas, mas também com uma componente artística. Na universidade, a arquitetura era a opção que tinha estas duas valências. O percurso da Ana como investigadora começou com a tese de mestrado, onde trabalhou a articulação entre o tempo e a cidade. Hoje os temas que mais a inquietam são os que se relacionam com os territórios metropolitanos, os territórios do quotidiano ou da normalidade, como a Ana lhes chama. Como é que estes territórios, e os seus espaços públicos, são desenhados, planeados, geridos e vividos? Uma das coisas que mais motiva o trabalho da Ana é apoiar a construção de políticas públicas, até porque acredita que os investigadores têm o dever de produzir conhecimento que seja útil a outros para que estes possam fazer o seu papel de uma forma mais informada.
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35:28
Construir para Todos: A Perspectiva de Joana Pestana Lages sobre a Habitação
Neste episódio recebemos a Joana Pestana Lages e ficámos a saber que, apesar de não ter nenhum arquiteto na família, gostava muito de desenhar e sempre cresceu a querer ser arquiteta. A sua primeira memória como investigadora faz-nos recuar ao período do liceu e a uma aula de História da Arte na qual viu um episódio do programa do arquiteto Manuel Graça Dias – Ver Arquitectura – sobre o crescimento da periferia de Lisboa e a forma como não arquitetos procuravam resolver os seus problemas ligados à habitação. Esta ideia foi “guardada na gaveta do futuro” e mais tarde transformada numa das suas principais inquietações, que a Joana tem explorado nos vários projetos de que tem feito parte. Para além gerarem conhecimento essencial à definição de políticas públicas sobre o acesso à habitação, estes projetos têm permitido trabalhar em grande proximidade com associações locais e com pessoas que vivem situações de maior precariedade habitacional, tendo impactos muito concretos no seu dia-a-dia.
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35:23
"O menino dos conventos": Rolando Volzone e o património religioso
Rolando Volzone é o convidado desta edição e explica-nos desde cedo desenvolveu uma paixão pela arquitetura, o que provavelmente está ligado ao seu interesse pelas artes plásticas, que é aliás partilhado com a mãe. A sua primeira memória enquanto investigador remonta ao período da licenciatura, em Roma, e à sua pesquisa sobre a história da arquitetura, bem para lá daquilo que, na altura, os professores pediam. Hoje o que mais o inquieta são as questões do acesso ao património e de como podemos aproximar a comunidade ao património cultural. Num cenário como o português, onde existiram mais de 400 conventos franciscanos, mas hoje apenas cerca de 2% espaços são utilizados com as funções originais, um dos principais objetivos da investigação do Rolando é perceber qual pode ser o futuro do património religioso e como pode ele contribuir para o desenvolvimento sustentável e para uma sociedade mais justa e inclusiva.
No podcast Diário de um Investigador vamos falar de forma descomplicada sobre o percurso e o trabalho dos investigadores do DINÂMIA’CET – Iscte. Queremos perceber o que os inquieta e motiva a fazer investigação e de que forma as suas descobertas têm impactos no nosso quotidiano.
Ficha Técnica
Produção: DINÂMIA'CET-Iscte
Coordenação, realização: Ana Oliveira e Bruno Vasconcelos
Design/Ilustração: Catarina Sobral