No podcast Diário de um Investigador vamos falar de forma descomplicada sobre o percurso e o trabalho dos investigadores do DINÂMIA’CET – Iscte. Queremos perceb...
Desenhar a cidade com lápis de cor: Ana Brandão e o planeamento dos Espaços Públicos
Nesta conversa ficámos a saber que a Ana sempre pensou seguir ciências, mas no último verão antes de começar o ensino secundário, decidiu escolher artes. E muito por causa de uma caixa de lápis coloridos à qual achava muita piada. O combinado com a mãe foi ir para uma turma com matemática e física, o que lhe permitiu o contacto com as ciências ditas exatas, mas também com uma componente artística. Na universidade, a arquitetura era a opção que tinha estas duas valências. O percurso da Ana como investigadora começou com a tese de mestrado, onde trabalhou a articulação entre o tempo e a cidade. Hoje os temas que mais a inquietam são os que se relacionam com os territórios metropolitanos, os territórios do quotidiano ou da normalidade, como a Ana lhes chama. Como é que estes territórios, e os seus espaços públicos, são desenhados, planeados, geridos e vividos? Uma das coisas que mais motiva o trabalho da Ana é apoiar a construção de políticas públicas, até porque acredita que os investigadores têm o dever de produzir conhecimento que seja útil a outros para que estes possam fazer o seu papel de uma forma mais informada.
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Construir para Todos: A Perspectiva de Joana Pestana Lages sobre a Habitação
Neste episódio recebemos a Joana Pestana Lages e ficámos a saber que, apesar de não ter nenhum arquiteto na família, gostava muito de desenhar e sempre cresceu a querer ser arquiteta. A sua primeira memória como investigadora faz-nos recuar ao período do liceu e a uma aula de História da Arte na qual viu um episódio do programa do arquiteto Manuel Graça Dias – Ver Arquitectura – sobre o crescimento da periferia de Lisboa e a forma como não arquitetos procuravam resolver os seus problemas ligados à habitação. Esta ideia foi “guardada na gaveta do futuro” e mais tarde transformada numa das suas principais inquietações, que a Joana tem explorado nos vários projetos de que tem feito parte. Para além gerarem conhecimento essencial à definição de políticas públicas sobre o acesso à habitação, estes projetos têm permitido trabalhar em grande proximidade com associações locais e com pessoas que vivem situações de maior precariedade habitacional, tendo impactos muito concretos no seu dia-a-dia.
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"O menino dos conventos": Rolando Volzone e o património religioso
Rolando Volzone é o convidado desta edição e explica-nos desde cedo desenvolveu uma paixão pela arquitetura, o que provavelmente está ligado ao seu interesse pelas artes plásticas, que é aliás partilhado com a mãe. A sua primeira memória enquanto investigador remonta ao período da licenciatura, em Roma, e à sua pesquisa sobre a história da arquitetura, bem para lá daquilo que, na altura, os professores pediam. Hoje o que mais o inquieta são as questões do acesso ao património e de como podemos aproximar a comunidade ao património cultural. Num cenário como o português, onde existiram mais de 400 conventos franciscanos, mas hoje apenas cerca de 2% espaços são utilizados com as funções originais, um dos principais objetivos da investigação do Rolando é perceber qual pode ser o futuro do património religioso e como pode ele contribuir para o desenvolvimento sustentável e para uma sociedade mais justa e inclusiva.
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A vida no campo: Catarina Mateus e os modos de vida alternativos nas zonas Rurais
Neste episódio conversámos com a Catarina Mateus que nos contou que o seu interesse pelas zonas rurais se deve, entre outras coisas, ao facto de ter familiares que vivem fora das grandes cidades. Mas para além desta ligação afetiva, sempre a inquietou o abandono e a desertificação que caracterizam o interior de Portugal e as áreas rurais. E o ponto de partida para a investigação que tem atualmente em mãos foi precisamente procurar uma solução. Uma solução não só para a desertificação das zonas rurais, mas também para a sucessão de crises que vivemos nas últimas décadas. Para isso, a Catarina está agora focada em conhecer outras formas de vida e perceber como é que estas práticas, que tentam distanciar-se do sistema capitalista, podem criar alternativas. Ao longo da conversa deu-nos alguns exemplos concretos, tanto de Portugal, como do Equador. O seu objetivo é que esta investigação possa ter impactos nas políticas públicas que são pensadas e implementadas nas zonas rurais, no sentido de promover estilos de vida mais sustentáveis.
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Idadismo e envelhecimento: Gustavo Sugahara, um economista para quem a idade não tem que ser um problema.
Nesta conversa descobrimos que o envelhecimento urbano é um tema que o Gustavo Sugahara herdou. A mãe, psicóloga, fazia investigação sobre envelhecimento. O pai é arquitecto, daí a ligação ao urbanismo. E há ainda a avó, que contradiz tudo o que habitualmente se associa ao envelhecimento. Por isso, desde a licenciatura que o envelhecimento é o seu foco de interesse. O seu projecto de vida é, por um lado, reaproximar economia do envelhecimento e, por outro, re-fundar a relação da sociedade com o processo de envelhecimento e a velhice. Ao longo da conversa aprendemos também o que é o idadismo e o que são cidades amigas do envelhecimento e percebemos como este processo é uma consequência do contexto em que vivemos e das políticas públicas.
No podcast Diário de um Investigador vamos falar de forma descomplicada sobre o percurso e o trabalho dos investigadores do DINÂMIA’CET – Iscte. Queremos perceber o que os inquieta e motiva a fazer investigação e de que forma as suas descobertas têm impactos no nosso quotidiano.
Ficha Técnica
Produção: DINÂMIA'CET-Iscte
Coordenação, realização: Ana Oliveira e Bruno Vasconcelos
Design/Ilustração: Catarina Sobral