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Pergunta Simples

Jorge Correia
Pergunta Simples
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5 de 205
  • Como noticiar uma campanha eleitoral na televisão? Nuno Santos
    Até 18 de maio, e nas semanas seguintes, até tudo estabilizar, veremos a dança de vários tipos de comunicação: a política, a do ‘marketing’ e a institucional. Todas a rodar no palco mediático. Media que ora fazem o papel de observadores, ora de criadores de agendas públicas. É neste contexto que convido Nuno Santos, jornalista e diretor do canal de notícias mais visto da televisão por cabo, a CNN Portugal. Nuno Santos passou pela RTP, pela rádio pública, onde coincidimos, pela SIC e pela TVI. Ora no lado das notícias, ora no lado do entretenimento. Na dupla função de diretor de informação da TVI e do canal CNN Portugal, montar a gigantesca operação de cobertura eleitoral. Antes, durante e depois. Esta edição contém boas pistas de como se organizam os debates entre os candidatos ao lugar de Primeiro-ministro. Como se escolhem os temas, como se negoceiam as regras comuns. Quais os interesses dos jornalistas mas também dos candidatos.  Os debates já começaram, as equipas de reportagem estão na rua e as caravanas políticas também. As mensagens já enchem as redes sociais. Estão aí as eleições.  Mais uma vez, o país vai escolher um governo e, como sempre, a imprensa é chamada a cumprir o seu papel de relatar, explicar, analisar.  Nada de novo, certo? Talvez não seja bem assim.  Porque se há coisa que muda mais depressa do que as vontades do eleitorado, é a maneira como recebemos e consumimos informação. E é aqui que as coisas se complicam. Porque a verdade, aquela verdade sólida, bem fundamentada e confirmada, tem hoje uma concorrência feroz.  As redes sociais tomaram de assalto o espaço público.  Opiniões, factos mal digeridos, "soundbites", teorias da conspiração… está tudo ali, à distância de um gesto de dedos.  O jornalista deixou de competir com o seu camarada da estação concorrente  e passou a competir com o mundo inteiro.  Gente que publica o que quer, quando quer, como quer.  Sem editores, sem filtros, sem regras. Tantas vezes sem ética. Muitas outras de forma mal intencionada. E depois há outra coisa: o público que mais cresce nas redes, e que já olha com desconfiança para o jornalismo tradicional, é publico o mais jovem.  Aqueles que preferem ouvir uma notícia no TikTok, em 20 segundos, do que assistir a um telejornal completo.  São milhões que consomem informação em pedaços soltos, descontextualizada, sem critérios claros. O ‘sexy’, panfletário ou incendiário é escolha do algoritmo para servir constantemente. E o que fazem os jornalistas perante isto?  Tentam adaptar-se.  Tentam perceber como se faz jornalismo relevante e apelativo num mundo que está sempre a correr para a próxima coisa.  E é aqui que entram projetos como a CNN Portugal. Os outros meios onde se faz informação a sério. Confiável, credível, escrutinada. A CNN Portugal nasceu com a promessa de trazer um jornalismo sério, factual, com um selo de qualidade que carrega décadas de história da marca-mãe, dos Estados Unidos.  Mas será que isso é suficiente num país onde a informação já não é recebida, é disputada? Porque hoje não basta fazer bem. É preciso que alguém, do outro lado, queira ver e ouvir. A campanha eleitoral que agora começa vai ser um teste real a este modelo.  Porque cobrir uma eleição em 2025 não é o mesmo que em 2015 ou em 2005. Agora, cada acontecimento é imediatamente esmiuçado, comentado, até distorcido, e partilhado por milhões de pessoas, muitas vezes antes mesmo de chegar aos canais oficiais. E então? Como se trabalha assim?  Como se garante que o jornalismo de qualidade sobrevive e se faz ouvir num mundo onde a gritaria é mais audível do que a conversa sensata? Há outra questão que também se impõe: a da credibilidade.  Porque, se o jornalismo perdeu a sua aura de autoridade intocável, isso não aconteceu por acaso.  Os erros existiram e continuam a existir.  Os enviesamentos, intencionais ou não, acontecem. E a verdade é que o público,
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    59:43
  • O que é a comida? Ricardo Dias Felner
    Sim, chef, pronto chef. A sair, chef Portugal é um país que come por prazer. Não tenho dúvidas. Às vezes temos mais olhos que barriga. Outras vezes não temos barriga para tanta gula. Ou temos demasiada gula para tão pouco dinheiro para gastar restaurantes mais estrelados que os ovos. Comemos e falamos do que comemos. Fazemos disso um ritual, uma celebração. E é fácil perceber por quê. Somos um país pequeno, com uma cozinha rica e variada, construída por séculos de encontros e desencontros com o mundo. Cada povo que nos invadiu, cada imigrante que chega ou emigrante que regressa traz um livro de receitas. E os misturamos tudo e reenviamos sabores. A comida, para os portugueses, é muito mais do que aquilo que se mete no prato. É aquilo que se conta à volta dele. Dizem que nós, portugueses, somos bons a queixar-nos. Digo que somos bastante bons a falar de comida. Porque não há prato que não mereça um comentário, um elogio ou um desabafo. Ao almoço falamos do que vamos comer ao jantar. E todos sabemos que os grandes problemas do mundo resolvem-se não numa reunião, mas à volta dos comes e bebes. Podemos estar na conversa mais séria do mundo — e de repente aparece alguém a dizer que descobriu um restaurante incrível numa aldeia perdida que faz o melhor cabrito de sempre. E toca a organizar uma expedição ao dito sítio. Ou que o arroz de polvo da mãe é impossível de bater Que a carne de porco à alentejana que comemos na festa de aniversário do amigo do amigo era má, péssima, incomestível. Mas já que lá estávamos, comemos, claro.. E quando não é o prato, é o preço. Ou como o serviram. Ou a espera, que foi longa demais. Ou o facto de, naquele restaurante, não aceitarem reservas e termos ficado 40 minutos à espera, para depois nos sentarem numa mesa junto à casa de banho. Ou na porta. Ou, pior, ofenderem.nos descaradamente dizendo: já não há lugar para si, Mas isto é Portugal. E com jeitinho tudo se desenrasca. Os portugueses falam de comida como falam do tempo ou do futebol. Porque a comida, para nós, é mais do que sabor. É identidade. É memória. É território. É desafio e tradição. Há quem ache que, neste país, o bom e barato acabou. Que agora se come bem, mas paga-se um balúrdio. Outros defendem que as tascas continuam a existir, contudo é preciso procurar melhor. O que é certo é que as referências mudaram. Há 30 anos, um bom restaurante era o que servia muito e barato. Depois passou a ser o que tinha um prato bem-feito, com sabor e sem grandes artifícios. Agora, é o que nos tira uma fotografia bonita para as redes sociais. Que nos serve um prato que queremos partilhar com o mundo, mas que vamos comentar com os amigos ao vivo, numa esplanada, enquanto pedimos um fino e uns tremoços. Porque, se há coisa que o português gosta, é de contrariar a moda. Dizer que já foi a esse restaurante de que todas as pessoas falam e não gostou. Que a nova estrela Michelin o deixou indiferente. Que o menu de degustação não vale nem metade do que cobram. “Comia melhor na minha aldeia por metade do preço”, é uma frase que já ouvimos todos, mais do que uma vez. E depois há as comparações. Porque o português gosta de medir. O melhor pastel de nata. A melhor bifana. O melhor arroz de pato. A melhor feijoada. A melhor chanfana. A melhor caldeirada. Discutimos comida como se discutem jogadores de futebol. “O melhor é o meu”, dizemos, com um orgulho que só quem gosta de comer compreende. Mas o mais interessante é que, mesmo quem não sabe cozinhar, sabe falar de comida. Sabe avaliar. Sabe criticar. E sabe dizer, com a certeza de um especialista, que o bacalhau estava seco, que o arroz de tomate precisava de mais caldo, que o polvo estava tenro, mas podia ter mais sabor. Talvez seja por isso que temos tantos chefs talentosos. Porque, desde sempre, fomos educados a ter opinião sobre o que está no prato. Seja o cozido à portuguesa da avó,
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    1:04:17
  • E se a empatia fosse obrigatória? Rui Marques
    Susan Sontag escreveu no seu livro “A doença como metáfora” “A doença é o lado noturno da vida, uma cidadania mais onerosa. Todos que nascem têm dupla cidadania: no reino dos sãos e no reino dos doentes.” Quando Susan Sontag escreveu isto, em 1978, estava a falar de cancro. Mas podia estar a falar de solidão. De ressentimento. Daquela dor difusa de quem se sente por dentro fora de lugar. Porque a verdade é esta: há uma doença que não aparece nas radiografias, que não se vê ao microscópio, que não se trata como as outras. É a doença da falta de relação. E essa, está em todo o lado. Vivemos cercados de tecnologia, mas cada vez mais distantes. Nunca estivemos tão ligados — e nunca estivemos tão sós. A produtividade sobe, os gostos digitais disparam, mas o silêncio entre duas pessoas que vivem na mesma casa, escritório ou aldeia, vai crescendo. Chamamos-lhe esgotamento, chamamos-lhe ansiedade, chamamos-lhe stresse crónico — mas muitas vezes é só isto: défice relacional. Falta de cuidado. Falta de olhar. Rui Marques chamou-lhe saúde relacional. E dá-lhe corpo. E nome. E método. Não é uma metáfora. É literal. Há pessoas que adoecem porque não têm com quem falar. Há pessoas que saram porque alguém lhes sorriu no momento certo. E não é só uma intuição: é ciência. Um estudo de Harvard que há mais de 80 anos acompanha centenas de pessoas chegou à conclusão mais simples e mais desarmante de todas: o que mais contribui para uma vida feliz — e mais longa — é a qualidade das relações. Não o dinheiro. Não o estatuto social. São As relações. É fácil esquecer isto. Sobretudo num mundo que corre. Que empurra. Que valoriza o fazer mais do que o estar. Que trata as pessoas como recursos. Como números. Como peças. Mas a verdade volta sempre. E a verdade é esta: sem relação, não há saúde. As crises que vivemos — na educação, nas organizações, nas instituições públicas — são provavelmente e antes de tudo, crises relacionais. Não se resolvem somente com planos, orçamentos ou reformas estruturais. Resolvem-se na qualidade do vínculo entre as pessoas. No modo como se escutam. No modo como se respeitam. No modo como se reconhecem. Rui Marques fala de literacia relacional. Como quem diz: isto aprende-se. Treina-se. Trabalha-se. Há oficinas. Há modelos. Há maneiras de regenerar relações que foram danificadas. Porque o que nos adoece não é só o conflito — é o conflito não resolvido, mal digerido, ignorado. E isso, sim, tem impacto direto na saúde física, mental e social. Há relações que nos elevam. E há relações que nos esvaziam. E depois há o digital. Que entra na equação como uma espécie de perturbação crónica. Crianças que nunca treinaram o conflito real, que não subiram árvores nem discutiram cara a cara, e que agora são adolescentes ansiosos, hiperconectados e emocionalmente frágeis. Adultos que se refugiam a percorrer, com o dedo no écran, infinitivamente as últimas novas das redes sociais, para não ter de lidar com o desconforto do silêncio. Relações filtradas, encenadas, mediadas — mas raramente inteiras. A saúde relacional também passa por aqui: por reaprender o toque, o olhar, o tempo partilhado sem agenda. Por aceitar o silêncio sem o preencher com barulho. Por ter conversas difíceis sem medo do erro. Por construir confiança — esse oxigénio invisível que sustenta qualquer equipa, qualquer família, qualquer sociedade. E passa, claro, pelo cuidado. Cuidar não é uma palavra delicodoce. É uma palavra difícil. Cuidar exige tempo, exige atenção, exige compromisso. Não é um botão que se carrega — é um caminho que se percorre. E nesse caminho, todos falhamos. Todos tropeçamos. Todos erramos. Mas também todos temos a possibilidade de voltar. De pedir desculpa. De escutar melhor. De tentar outra vez. A saúde relacional é isto: não é sobre relações perfeitas. É sobre relações vivas. Com tensão, com conflito, com sombra — mas com vontade de permanecer.
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    52:28
  • O humor pode salvar-nos? Nuno Markl
    Hoje vamos falar da magia da rádio. Naquilo que posso definir como uma conversa entre duas pessoas analógicas, que usam palavras rebuscadas e até arcaicas, e nasceram profissionalmente na telefonia. É a rádio. Para os mais distraídos, modernos e digitais. Telefonia sem fios. E agora nesta versão moderna do seu nome podcast. O mundo está a apagar as palavras portuguesas bonitas e a enchermos de palavras vindas de outros lugares, menos interessantes. Convidei o Nuno Markl para se juntar à conversa. Trazendo na mochila os cromos da caderneta, na mochila ou na algibeira e conceitos tão lunáticos como os gravadores de fita. Afinal, o pretexto da conversa era a magia da rádio. Aviso: Esta conversa é anárquica, lunática, acelerada e autêntica. Nuno Markl é uma das vozes mais reconhecidas da rádio portuguesa, com uma carreira que atravessa diferentes meios de comunicação. O humorista e guionista é um dos rostos das “Manhãs da Comercial”, onde, diariamente, dá forma a conteúdos que combinam humor, nostalgia e observação do quotidiano. Criador de rubricas como a “Caderneta de Cromos”, tem sido uma referência no modo como recupera memórias culturais e as transforma em entretenimento acessível ao grande público. Além da rádio, Markl construiu um percurso sólido na televisão e no guionismo. Escreveu para programas de humor de grande impacto, como o “Herman Enciclopédia” e o “Último a Sair”, e mais recentemente tornou-se uma das figuras centrais do “Taskmaster Portugal”, na RTP. A sua capacidade de adaptação e reinvenção tem-lhe permitido manter uma presença relevante no espaço mediático, acompanhando a evolução das plataformas de comunicação e do consumo de conteúdos. O impacto da sua comunicação vai além do humor. Markl tem abordado temas como ansiedade e saúde mental, tornando-se uma voz influente na forma como essas questões são discutidas publicamente. A sua atividade nas redes sociais reflete essa dimensão mais pessoal, mas também ilustra os desafios da exposição pública num ambiente digital. A entrevista pretende explorar todas estas facetas da sua trajetória, abordando o seu percurso na rádio, o seu processo criativo, a relação com o público e os desafios do humor no contexto atual. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 0:12 Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação? Hoje vamos falar da magia e da rádio naquilo que posso definir como uma conversa entre 2 pessoas analógicas, que usam palavras rebuscadas e até arcaicas, e que nasceram profissionalmente na telefonia. 0:30 É a rádio para os mais distritos modernos e digitais, telefonia sem fios a rádio. E agora, nesta versão Moderna de seu nome podcast, o mundo está claramente a apagar palavras portuguesas bonitas e encher o dicionário de palavras vindas de outros lugares. 0:46 Algumas palavras menos interessantes. Convidei o Nuno markl para se juntar a esta conversa, trazendo na mochila os cromos da caderneta e falando, claro, de algibeiras e conceitos tão lunáticos, estranhos e pouco modernos. Como gravadores magnéticos de fita. 1:01 Afinal, o pretexto desta conversa é falar da magia da rádio. Mas fomos por aí fora. 1:18 Aviso, esta conversa é anárquica, lunática, acelerada e autêntica. O Nuno markl. Aceitou mostrar se numa conversa profunda, onde cruzamos o humor, a comunicação, a cultura pop e as vulnerabilidades que marcam o seu percurso pessoal e profissional, reflexões sobre o mundo atual, sobre a importância da linguagem e sobre o papel da rádio e da necessidade de manter um olhar crítico sobre as redes sociais ao longo de quase 1 hora de conversa que passa muito depressa. 1:45 Aviso desde já. O markl fala sobre o poder transformador da rádio, o meio onde se sente mais autêntico e livre da rádio, que diz que continua a ser o espaço por excelência para contar histórias, para criar imagens e estabelecer relações íntimas com quem ouve. A capacidade de falar diretamente ao ouvido de alguém, essa coisa mágica,
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    1:00:46
  • Como se comunica a igualdade de género? Sara Falcão Casaca
    Num mundo onde a palavra “igualdade” já faz parte do discurso oficial, o que falta para que ela se torne realidade? Como comunicamos o que ainda não foi alcançado? E, mais importante: como comunicar de forma eficaz num contexto de resistência, desconfiança ou mesmo hostilidade? Neste episódio, na semana que assinala em semana do Dia Internacional da Mulher, refletimos sobre o papel da comunicação pública na promoção (ou bloqueio) da igualdade de género. A convidada deste episódio é Sara Falcão Casaca, professora catedrática no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), socióloga, investigadora, especialista em desigualdade de género, mercado de trabalho e políticas públicas. Atualmente, lidera o Observatório Género, Trabalho e Poder, e coordena a recém criada comissão de prevenção do assédio no ensino superior, um espaço onde a comunicação — ou a falta dela — pode fazer toda a diferença. Este é um episódio sobre comunicação. Comunicação que pode ser uma ferramenta de transformação ou, se mal usada, um mecanismo de bloqueio. Falamos sobre como os media continuam a construir imagens públicas das mulheres em lugares de liderança. Falamos sobre os estereótipos que ainda marcam as narrativas políticas, empresariais e mediáticas. Falamos sobre o desafio de comunicar dados difíceis de compreender, como o fosso salarial entre homens e mulheres, sem que se tornem somente mais um número a circular sem impacto real. Mas também refletimos sobre o papel das redes sociais, que democratizam a comunicação, mas que são palco de ataques dirigidos a mulheres que ousam ocupar o espaço público. Como se constrói uma narrativa de igualdade num ambiente polarizado? E como se lida com o discurso de ódio sem abdicar do espaço público? Este episódio passa ainda pela comunicação invisível nas organizações: como se falam — ou não se falam — os problemas de assédio, as desigualdades salariais, a falta de mulheres em posições de topo. E pela linguagem silenciosa das escolhas institucionais, desde a escolha das lideranças até à ausência de mulheres em debates, painéis ou cargos de poder. Falamos também de um desafio central na comunicação pública da igualdade: como envolver os homens neste debate? Como evitar que a igualdade de género seja comunicada como um “tema de mulheres para mulheres”? Num país onde se registam avanços importantes — desde a maior participação de mulheres na política até à adoção de códigos de conduta para a igualdade — ainda falta uma narrativa pública consistente, que traduza em palavras, exemplos e políticas o que se diz defender. Por isso, este episódio não é apenas sobre o que falta fazer em termos de igualdade de género, mas sobre o como comunicar tudo o que falta fazer, sem desistir de tentar, mesmo quando a comunicação se torna difícil. Porque a comunicação pública, quando bem-feita, não é só uma descrição do mundo como ele está. É uma ferramenta para o mudar. A conquista de qualquer direito social implicou sempre alguma forma de luta. A cultura, a tradição, o fizemos sempre assim, será sempre um obstáculo. Mesmo nas coisas mais óbvias, mudar demora sempre tempo. Muito tempo. Qualquer mudança substantiva é lenta e gradual. A comunicação pode ajudar a criar entendimentos e coligações. Mas não resolve tudo. Ajuda, mas não resolve. A resistência à mudança é um valor cultural intrincado. E quando tema gravita à volta da questão do poder e da sua divisão equitativa, quem o tem não gosta de o perder. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 00:00:00:00 - 00:00:17:24 Viva Sara Falcão Casaca, professora catedrática do ISEG e uma especialista em sociologia económica e das organizações, dedica muito do seu tempo e da sua investigação a investigar esta coisa da desigualdade de género no mercado de trabalho e as questões das políticas de igualdade. 00:00:18:01 - 00:00:44:12 E porque se me perguntar e tu, onde é que estão as mulheres? Estamos a falar dos mesmos para o público e o m...
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    56:42

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O Pergunta Simples é um podcast sobre comunicação. Sobre os dilemas da comunicação. Subscreva gratuitamente e ouça no seu telemóvel de forma automática: https://perguntasimples.com/subscrever/ Para todos os que querem aprender a comunicar melhor. Para si que quer aprender algo mais sobre quem pratica bem a arte de comunicar. Ouço pessoas falar do nosso mundo. De sociedade, política, economia, saúde e educação.
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