Sérgio Melo: “Pode haver riso e boa disposição na guerra, ali somos todos iguais, todos parceiros. Quando um está triste ou feliz, estamos todos”
O médico e humorista Carlos Vidal convida Sérgio Melo, que abdicou do conforto da sua vida para se juntar às tropas ucranianas e lutar pela paz. Falam do que nos eterniza, se o encontro com a paz pode significar o envolvimento numa guerra e se o sorriso pode ser uma forma de nos lembrarmos que superámos a adversidade. Será que se sofre com o choro de uma criança na dimensão oposta à felicidade com que a vemos sorrir? Abordam o medo, o choro, o barulho, o silêncio e o aparecimento do riso onde impera a incerteza. Viver uma guerra aproxima-nos ou distancia-nos do ser humano e, perante a crença, como se justifica pegar numa arma e embarcar numa guerra? Entre inúmeras histórias com muito humor, percebe-se que Sérgio não é deste mundo. Um altruísta que exponencia a vida a um patamar em que não se importa de abdicar dela.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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45:25
Pedro Paixão: “Tenho uma dívida de gratidão às mulheres, elas salvam-me. Já teria morrido, com certeza. Uma paisagem sem mulheres é assustadora”
Pedro Paixão é conhecido pelas suas multivalências, apresentando-se enquanto escritor, professor universitário, fotógrafo, pintor e pianista. Nunca escondeu que “domina o amor, mas também deixou que este o dominasse”. Neste novo episódio de O Animal Que Ri com Carlos Vidal, o pensador mostra como o seu lado mais disruptivo é também o ponto que melhor o caracteriza, não tendo medo das palavras e sabendo muito bem o que quer e o que não quer. Uma conversa onde se fala de humor, de amor, mas também do pensamento, da democracia, e dos costumes.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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52:20
Ticas Graciosa: “Só me apercebi de que estava no início de uma depressão quando alguém me disse que já não ria. Fiz todo um caminho, precisava de ajuda”
O humorista e médico Carlos Vidal convida Ticas Graciosa, que tem uma história de vida marcante: quando tinha 5 anos o seu pai, que tinha uma doença psíquica, matou a sua mãe e morreu de suicídio. Ticas só soube aos 11 anos da história verdadeira. Falam sobre a importância do riso como elemento para lidar com a adversidade, como forma de balizar o estado de espírito, do engano como forma de amor e da graça, como causa ou consequência de tudo o que aconteceu. Debatem a importância da saúde mental. Falam sobre o ciúme, o amor, o perdão, a percepção da finitude que, pela lei da vida, se cumpre mais rápido com os avós do que com os pais. Será a memória a melhor forma de homenagem? Ainda há espaço para histórias sobre José Cid, sobre escroto… não necessariamente relacionadas ou por esta ordem. Há quem diga que o humor pode salvar e, quiçá, esta história poderá ser útil para salvar alguém.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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57:52
Sara Norte: “A felicidade que a droga traz é falsa, utópica. Até podes ter 5 segundos ou uma noite de euforia, mas no dia a seguir vai estar tudo pior. Não há nada melhor que um riso sóbrio”
Sara Norte nunca escondeu o passado, e continua a falar dele como uma lição para todos, a começar por si própria. Das vivências muito difíceis passadas na prisão, a atriz encontrou sempre no riso e na alegria uma forma de dar a volta por cima, mesmo que muitas vezes essa animação fosse uma máscara de um sentimento mais duro, que perdurava. Nesta conversa com Carlos Vidal, a também comentadora social recorda os altos e baixos de uma vida que foi sempre muito escrutinada na esfera pública, mas que motiva, hoje, ainda mais gargalhadas contagiantes, dadas por ela mesma.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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47:18
Mafalda Ribeiro: “Passei a dizer que a minha palavra preferida é 'mesa'. Não por aquilo que eu como, mas porque à mesa somos todos do mesmo tamanho”
O humorista e médico Carlos Vidal convida Mafalda Ribeiro, que tem osteogénese imperfeita, algo que não a define, definindo-se pela sua mente e capacidade de fazer coisas. Falam sobre o humor na deficiência, sobre o riso perante o preconceito, sobre como devemos lidar com as palavras e sobre a importância, ou não, do diminutivo. Terá o riso o condão de ajudar a declarar vitória perante a dor? E a proximidade ou distanciamento dos assuntos, terá a capacidade de legitimar, ou não, uma piada? Onde se encaixa a religião na adversidade? Como aceitação ou como dependência?Uma conversa com várias histórias inéditas, que espelham onde o riso se insere nos diferentes momentos da vida.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Carlos Vidal é médico e humorista e, em ambas as artes, existe uma gestão da emoção e uma oscilação entre o riso e o choro, a felicidade e a desgraça. Neste podcast semanal, vamos pensar o humor através das histórias que cada convidado nos trouxer. A ideia é falar, pensar, aprofundar, estudar e debater o riso e, se tudo correr bem... não chegar a conclusão nenhuma. Todos os domingos um novo episódio.