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Diplomatas

Podcast Diplomatas
Teresa de Sousa e Carlos Gaspar com moderação de Ivo Neto e António Saraiva Lima
Para compreender um mundo em suspenso, “Diplomatas” é um podcast com Teresa de Sousa e Carlos Gaspar, numa parceria com o IPRI.

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5 de 58
  • Acordo entre Trump e Putin ao telefone: “Não gostam da UE, não gostam da NATO e odeiam Zelensky”
    A muito aguardada chamada telefónica entre Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na terça-feira, não trouxe nada de significativamente novo sobre o desenrolar da guerra na Ucrânia, sobre a estratégia militar de Moscovo ou sobre as prioridades da diplomacia da nova Administração norte-americana. A Rússia “aceitou” não atacar a infra-estrutura energética ucraniana durante 30 dias, mas mesmo essa “cedência” traz-lhe vantagens no campo de batalha: se Kiev fizer o mesmo, Moscovo pode reforçar as suas linhas e para impedir que os drones ucranianos bombardeiem as suas reservas de petróleo. “O resultado do telefonema foi muito simples: não há cessar-fogo. Quem acha que isto é um acordo ou é louco, ou está claramente a fazer o jogo de Putin. Trump reserva a pressão máxima para [Volodymyr] Zelensky e a pressão mínima ou ausência de pressão para Putin”, resume a Teresa de Sousa. “Há de facto um entendimento entre Trump e Putin”, acrescenta. “Não gostam da União Europeia e querem dividi-la; não gostam da NATO e querem dividi-la; aceitam ambos a ideia de um mundo dividido em zonas de influência pelas grandes potências internacionais – EUA, Rússia e China – (…) e ambos odeiam Zelensky, pela razão simples de que este lhes faz frente”. No episódio desta semana do podcast Diplomatas também conversámos sobre a aprovação da reforma do travão da dívida alemão, em vésperas do Conselho Europeu, que se realiza esta quinta-feira em Bruxelas. Segundo o Carlos Gaspar, trata-se de “sinal muito forte” de Berlim para a UE, para Putin “e para Trump”, já que permite que a Alemanha “ocupe o seu lugar no centro da concertação estratégica com a França e a Grã-Bretanha, que vai ser mais importante nos próximos tempos do que a UE a NATO.” Da Europa, passámos para o Médio Oriente: o regresso da guerra israelita na Faixa de Gaza, assume Carlos Gaspar, também tem uma “dimensão interna” – a necessidade de aprovação do Orçamento do Estado e de reforço da maioria do Governo de Benjamin Netanyahu –, mas enfatiza, sobretudo, que é “absolutamente indispensável que haja uma força internacional que garanta a segurança em Gaza e que impeça o Hamas de restaurar o reino de terror sobre os palestinianos.” Teresa de Sousa traça ainda um “paralelismo impressionante entre a lógica de actuação de Putin e de Netanyahu”, primeiro-ministro de Israel. “Netanyahu quer redesenhar um mapa do Médio Oriente a favor de Israel; e é esse o grande objectivo da sua ofensiva. Putin quer redesenhar um mapa de segurança europeia; é o principal objectivo da guerra da Ucrânia”, considera. “Ambos têm, de alguma maneira, o beneplácito da Administração americana; ambos têm como principal instrumento a guerra. Para os dois a guerra é fundamental; para os dois a guerra não vai parar”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    28:41
  • “Governo e oposição estão convencidos de que Portugal deixou de ser um actor na política internacional”
    Uma guerra na Europa. Uma Administração norte-americana isolacionista. Uma guerra comercial mundial ordenada a partir de Washington. Uma ordem mundial baseada em regras a desabar. Várias potências regionais a piscarem o olho à multipolaridade. É neste contexto que Portugal se prepara para novas eleições, na sequência do chumbo de uma moção de confiança ao Governo PSD-CDS por causa de um caso que envolve directamente o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a sua empresa. Numa altura em que se está a “decidir o processo de reconstrução da Europa”, Carlos Gaspar questiona “quais são os objectivos de Portugal” e lamenta que os dois principais partidos políticos estejam “convencidos” de que o país “deixou de ser um actor na política internacional e europeia”. “Com ou sem eleições, nunca ouvimos os líderes do Governo e do principal partido da oposição falarem aos portugueses a verdade sobre a crise internacional”, concorda a Teresa de Sousa. “Vai haver uma campanha eleitoral em que, mais uma vez, não vamos ouvir nem o líder da oposição nem o líder do PSD falarem da crise e do que ela representa para a nossa vida, para a nossa segurança, para o nosso modo de vida e para a nossa democracia.” No episódio desta semana do podcast Diplomatas, discutiu-se a proposta de cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, as estratégias “paralelas” de Vladimir Putin e de Donald Trump e a guerra de tarifas que ameaça empresas e consumidores nos dois lados do Atlântico.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    34:10
  • “Os europeus são o alvo prioritário da destruição” da ordem internacional em curso
    Em Bruxelas fala-se num “virar de página” e o virar de costas de Donald Trump à Europa, sacrificando a Ucrânia, está a fazer cair posições e princípios que se achavam imutáveis no campo do investimento em Defesa e em Segurança. Sem se importar com a dissonância húngara, o Conselho Europeu deu o seu aval ao plano de 800 mil milhões de euros, proposto por Von der Leyen para o sector militar e a Alemanha prepara-se para rever o “travão” da dívida. “Há aqui um susto, uma emergência que é nova”, justifica a Teresa de Sousa. Os europeus, sublinha, “entenderam finalmente” que “as intenções de Trump não estão nas entrelinhas; estão nas linhas, estão em tudo o que ele diz todos os dias.” “E nunca passou pela cabeça da Europa que ia haver um dia em que os EUA prefeririam aliar-se à Rússia contra ela”. Com a Europa focada na ameaça russa e no retraimento americano, a China juntou-se em Congresso para mostrar que está pronta para aproveitar a “belíssima oportunidade” concedida por Trump para se aproximar dos “aliados e parceiros” dos EUA. “Trump vai perceber que não tem condições, sozinho, por mais que esbraceje, para ombrear com a China”, alerta, no entanto, o Luís Tomé, professor catedrático e director do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa. “Se nós, europeus, não percebermos que quem garantia uma certa ordem baseada em regras quer agora destruí-la, com Putin, se calhar vamos correr o risco de ver uma acumulação [dos EUA]: não só com a Rússia e com Putin, mas com a China de Xi Jinping.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    38:33
  • “A capacidade europeia de apoiar a Ucrânia vai determinar o futuro de cada português”
    A invasão russa da Ucrânia cumpriu três anos na segunda-feira. Sem o aliado (ainda?) americano, Volodymyr Zelensky rodeou-se em Kiev de líderes políticos de países europeus e do Canadá, e contou com Emmanuel Macron em Washington D.C. para lembrar Donald Trump que o futuro da Ucrânia é ucraniano e europeu e não pode ser decidido pelo Kremlin. Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, não esteve na capital ucraniana, nem interveio por videoconferência nos vários eventos realizados naquele dia 24 de Fevereiro de 2025. Porquê? A Teresa de Sousa tenta dar algumas pistas. No episódio desta semana do podcast Diplomatas, também antecipámos a visita desta sexta-feira do Presidente ucraniano à Casa Branca, para perceber se o interesse de Trump por metais preciosos é suficiente para oferecer à Ucrânia as garantias de segurança de que ela precisa para continuar a viver à sombra da Rússia. Zelensky, diz o Carlos Gaspar, não pode descrever a sua situação de outra forma: é “desesperada”. Por fim: que futuro nos guarda a Alemanha de Friedrich Merz, vencedor das eleições de domingo, em que a extrema-direita obteve o seu melhor resultado e o SPD o seu pior? Texto de António Saraiva LimaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
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    33:09
  • Há uma nova ordem mundial e quem manda nela é Trump, Putin e Xi Jinping
    Na última terça-feira, EUA e Rússia restabeleceram, em Riade, na Arábia Saudita, contactos bilaterais e anunciaram a criação de equipas para negociarem um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Um dia depois, Donald Trump reagiu às críticas do presidente ucraniano, por ter estado ausente deste encontro. Trump disse que Volodymyr Zelensky poderia ter alcançado um acordo mais cedo, sugeriu que Kiev é responsável pelo início da invasão russa e repetiu um argumento russo, o de que Zelensky não tem legitimidade para negociar, porque o seu mandato presidencial já terminou. Pior do que isso, disse que Zelensky é um ditador, que arrastou os EUA para a guerra. O presidente ucraniano respondeu que Trump está a viver "num espaço de desinformação" e que resgatou Moscovo do isolamento internacional. O mal-estar entre os dois presidentes é evidente. Este roteiro negocial privilegia a posição russa, a quem são concedidas concessões antes do início do próprio processo. A realização de eleições presidenciais na Ucrânia, neste momento, gera preocupações de que a Rússia possa utilizar o voto para destituir Zelensky e instalar um candidato pró-Putin, que concordaria com termos de paz mais favoráveis a Moscovo. Razão para dizer que a agressão compensa. Neste episódio, Teresa de Sousa, jornalista, e Carlos Gaspar, investigador do IPRI, explicam que os EUA deixaram de ter uma aliança com a Ucrânia e passaram a ter uma aliança com a Rússia. Em suma, há uma nova ordem mundial e quem manda nela é Trump, Putin e Xi Jiping. Texto de Amílcar CorreiaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
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    42:26

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